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segunda-feira, 25 de julho de 2011

COMBATENDO O CÂNCER COM OS ALIMENTOS ANTI-CÂNCER






No Brasil, a incidência de câncer se torna mais evidente à medida que ocorre o envelhecimento da população. Atualmente, o câncer representa a segunda causa de morte no país. Na faixa etária acima de 40 anos de idade já é a principal causa de óbitos. A alimentação é considerada um fator de risco modificável. Mudanças na dieta que podem diminuir o risco de desenvolver câncer e até mesmo ajudar a combatê-lo.
Já sabemos que alguns alimentos contribuem para o desenvolvimento do câncer, enquanto outros podem conduzir para reduzir as chances de desenvolvimento da doença. Em linhas gerais os tumores se desenvolvem através de células defeituosas, conhecidas por neoplasias e se desenvolvem pela formação de novos vasos sanguíneos, conhecidos pela angiogênese. A adoção de um padrão alimentar que combata as células tumorais, fortalecendo o sistema imunológico, bem com combatendo a formação de novos vasos que irrigam o tumor.
Uma dieta “anti-câncer” poderá contribuir para a redução das chances de risco para diversos tipos de cânceres como os de cólon, de reto, de próstata, de mama, entre vários outros. Além disso, adotando uma dieta mais saudável também a pessoa ganhará “de quebra” proteção contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Abaixo os alimentos que, comprovadamente, combatem o câncer:
Quadro com resumo dos principais alimentos anticâncer
Alimento
Princípio Ativo
Função
Chá verde
Polifenóis/ Catequinas
Bloqueia os receptores que desencadeiam a formação de novos vasos. Desintoxicante.
Açafrão da Terra
Curcuma Longa (Curcuminóides).
Desencadeia a apoptose (suicídio celular) das células cancerosas.Bloqueia os receptores que desencadeiam a formação de novos vasos.
Interfere na ação dos NF-Kappa B (protetor das células cancerosas contra as defesas do corpo).
Cogumelos ( Shitake)
Lentinan e outros polissacarídeos
Estímulo do sistema imunológico.
Frutas vermelhas (1)
Ácido elágico e outros poderosos antioxidantes.
Bloqueia os receptores que desencadeiam a formação de novos vasos.Desintoxicação das células.
Temperos (2)
Terpenos
Reduzem a proliferação de células cancerosas a induzem à apoptose.
Legumes crucíferos (3)
SulforafaneGlocosinolatos
indole-3-corbinol
Bloqueia os receptores que desencadeiam a formação de novos vasos.Reduzem a proliferação de células cancerosas a induzem à apoptose.
Desintoxicação das células.
Alho, cebola, alho-poró e cebolinha
Alináceos
Bloqueia os receptores que desencadeiam a formação de novos vasos. Controle da taxa de açúcar no sangue.
Soja
Isoflavonas
Bloqueia os receptores que desencadeiam a formação de novos vasos.
(1) Amora, framboesa, morango, Maçã, Romã.
(2) Hortelã, tomilho, orégano, manjericão e alecrim.
(3) Couves (de Bruxelas, chinesa, brócolis, couve flor…) e repolhos.
Outros: legumes e frutas ricos em carotenóides (Cenoura/mamão), Gengibre, tomate (cozido), cítricos, suco de romã, vinho tinto/Suco de Uva, chocolate meio-amargo(70% cacau),vitamina D(Tomar + Sol ).

Outras dicas importantes:
· Controle da ingestão de gorduras saturadas e evitar as gorduras do tipo “trans”; contidas em biscoitos e sorvetes.
· Escolher as gorduras certas, ricas em ácidos graxos ômega-3, encontradas no azeite de oliva e óleo de canola. O ômega 3 está presente, em maior quantidade, nos peixes de águas salgadas e frias, como: atum, arenque, bacalhau, sardinha e salmão.
· Aumentar o consumo de fibras. Escolher alimentos integrais, aumentar o consumo de frutas e de vegetais, acrescentar fibras e farelos aos preparos de alimentos podem ser pequenas, porém importantes mudanças nos hábitos alimentares.
· Incluir no mínimo 5 porções de frutas e vegetais ao dia. Há consenso de que o consumo de frutas e vegetais tem papel protetor contra o desenvolvimento de câncer. Isso se deve, em grande parte, aos seus compostos nutritivos, vitaminas e minerais.
· Reduzir o consumo de carne vermelha.

É importante frizar que o tratamento convencional com quimioterapia, radioterapia ou qualquer outro equivalente prescrito pelo oncologista DE FORMA ALGUMA DEVE SER ABANDONADO. O uso dos alimentos anti-câncer vem a complementar e fortalecer o seu organismo e seu sistema imunológico. Uma dica, para iniciar o dia, é com o suco que tomo TODOS OS DIAS PELA MANHÃ:

Quer uma Pele Bonita? Então, Corre Para a Cozinha!....






Beleza não põe a mesa, mas está à mesa! Quem não quer ter uma pele bonita, saudável e bem cuidada? O sonho e desejo de 100% da mulherada e dos homens também. Mas para cuidar da pele não basta apenas passar creminhos ou fazer limpeza de pele é preciso se alimentar corretamente. Afinal, somos o que comemos. Então vamos ver os alimentos que sua pele precisa.

A pele reflete diretamente sua alimentação. Os nutrientes que estão presentes no corpo, vão nutrindo sua pele. Portanto, se a alimentação não é saudável, a pele não terá acesso a esses nutrientes que poderiam deixá-la muito mais bonita

Cada dia mais estudos surgem com novas descobertas de nutrientes e alimentos com propriedades poderosas a fim de melhorar a elasticidade, combater o envelhecimento e manter a pele sempre bonita. Ficar bem informada a respeito de tudo o que há de novo em matéria de nutrição vai acabar com muitas daquelas rugas que gostariam de aparecer sem serem convidadas.

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 Além dos alimentos que foram listados  siga outras dicas valiosas:

- Aumente o consumo de fibras;

- Fracione suas refeições;

- Evite alimentos gordurosos e industrializados;
- Reduza ou elimine o açúcar;
- Beba muita, mas muita água;
- Pratique alguma atividade física que lhe dê prazer;
- Durma bem;
- Não fume;
- Evite bebidas alcoólicas;
- Não se exponha ao sol sem protetor solar.
- Consulte sempre um dermatologista.

O Mito do Colesterol e as Doenças Cardíacas....




Qual é o tratamento médico padrão para alguém com um problema cardiovascular? 

Primeiramente, checar a pressão arterial, e se estiver alta, iniciar o tratamento com anti-hipertensivos. Depois, dosar o colesterol no sangue, e se estiver elevado iniciar o uso de uma classe especial de medicamentos para baixá-lo – as estatinas – e adotar uma dieta com quantidades reduzidas de gordura, com margarina, leite desnatado e outros produtos light. Com um pouco de sorte, talvez lhe sejam recomendados exercícios físicos.

Apesar de padrão, exceto pelos exercícios, essas recomendações talvez tenham o efeito contrário ao que se espera. Prescritas por médicos do mundo todo como fundamentais para baixar o colesterol sanguíneo as estatinas provocam graves efeitos colaterais, dentre elas, dor muscular (a queixa mais comum), fadiga e fraqueza generalizada principalmente nos braços e pernas. Isto ocorre devido à destruição da célula muscular, processo chamado de rabdomiólise, mas não somente os músculos periféricos são atingidos: trabalhos mais recentes mostram que as estatinas pioram o quadro clínico da insuficiência cardíaca congestiva, uma condição em que o músculo cardíaco se torna fraco para bombear o sangue efetivamente. Além disso, em médio e longo prazo, podem causar dano neurológico (polineuropatia), induzir à depressão, piorar a memória, provocar pancreatite e aumentar a incidência de câncer.

Esses graves efeitos colaterais são explicados pelo próprio mecanismo de ação das estatinas, que têm poderoso efeito redutor no colesterol por inibir a ação de uma enzima, a HMG-CoA redutase(hidroximetilglutarato coenzima-A redutase). O processo de formação do colesterol começa quando três moléculas de acetil coenzima-A (AcetilCoA) se combinam para formar o ácido hidroximetilglutárico (HMG), que por sua vez requer a ação da enzima HMG-CoA redutase, que, por fim, produz o mevalonato. É a partir do mevalonato que ocorre uma série de reações químicas com a formação de uma família inteira de substâncias intermediárias, muitas (se não todas) com importantes funções bioquímicas. Por isso, quando usamos as estatinas, impedimos não só a formação do colesterol, mas de duas outras moléculas fundamentais: coenzima Q10 e dolicol.


Ocorre que a coenzima Q10 (CoQ10) ou ubiquinona é um composto bioquímico necessário para transferir energia dos alimentos para as células, isto é, o que nos mantém saudáveis e vivos. Era desconhecida há cinquenta anos, mas hoje alguns especialistas a chamam de "vitamina 10", por ser substância imprescindível para o funcionamento celular. Aumenta a capacidade das células de utilizar o oxigênio, otimiza a produção de energia e previne o dano causado pelos elétrons dos radicais livres. O coração demanda grandes quantidades de CoQ10, presente também em todas as membranas celulares e é fundamental para manter a condução do impulso nervoso e a integridade muscular. Além disso, a CoQ10 tem grande importância na formação do colágeno e da elastina.


O dolicol também desempenha papel de extrema importância, pois, nas células, orienta a fabricação de várias proteínas a partir das informações contidas no DNA, assegurando que as células respondam corretamente as instruções geneticamente programadas.


O potente efeito redutor do colesterol das estatinas é devido a essa ação na chamada cadeia do mevalonato, mas pode conduzir a um caos imprevisível ao nível celular. Considere os resultados de pediatras da Universidade da Califórnia, em San Diego, que publicaram a descrição de uma criança com um defeito hereditário da mevalonato-quinase, a enzima que catalisa o próximo passo após a HMG-CoA redutase. A criança nasceu com catarata, era mentalmente retardada, microcefálica, (cabeça muito pequena), pequena para a idade, profundamente anêmica, acidótica e febril. De maneira previsível, seu colesterol era constantemente baixo, entre 70 e 79mg/dl. Ela morreu aos 24 meses. Este caso, apesar de representar um extremo de inibição do colesterol, ilumina as possíveis consequências de utilizar estatinas em doses elevadas ou por prolongado período de tempo.


Quanto aos resultados práticos, os trabalhos mostram que, de fato, as estatinas podem prevenir algumas doenças do coração em curto prazo, mas não pela inibição da produção do colesterol, e sim pelo bloqueio da criação do mevalonato, que parece fazer as células do músculo liso dos vasos sanguíneos menos ativas e deixam as plaquetas menos capazes de produzir tromboxane. O entupimento das artérias (aterosclerose) começa com o crescimento de células do músculo liso dentro da parede dos vasos e o tromboxane é necessário para o sangue coagular. Já os resultados, quando analisados em médio e longo prazo, são pífios. 


Veja abaixo o resultado de alguns dos principais estudos sobre as estatinas:


1. MIRACL, 2001. Verificou os efeitos de altas doses de Lipitor em 3.086 pacientes após angina ou infarto agudo. O resultado mostrou redução de reinfartos que requeressem hospitalização nas 16 primeiras semanas, mas não houve qualquer diferença nos reinfartos após esse período e nem na mortalidade.


2. ALLHAT, 2002. Das 5.170 pessoas que receberam estatinas, 28% reduziram o LDL colesterol significativamente, enquanto no grupo controle (5.185 pessoas), sem estatinas, 11% tiveram redução similar; mas ambos os grupos mostraram as mesmas taxas de morte e infarto.


3. PROSPER, 2002. Estudou o efeito da pravastatina em grupos de idosos: 56% sem evidência de doença coronariana e 44% com sintomas coronarianos. Não houve alteração no índice de mortalidade em ambos os grupos, mas no grupo em tratamento aumentou a incidência de câncer.


4. J-LIT, 2002. Este estudo japonês envolveu 47.294 pacientes tomando sinvastatina durante 6 anos. Os resultados não mostraram correlação alguma entre o montante da redução de LDL e a taxa de mortalidade. Alguns deles não tiveram redução nos níveis de LDL enquanto outros tiveram queda moderada e outros tiveram reduções mais largas no LDL, mas os grupos que obtiveram os níveis mínimos de colesterol (entre 160 e 170mg/dL) tiveram acima do dobro das taxas de mortalidade daqueles com 220 a 260mg/dL).


5. ASCOT-LLA, 2003. Avaliou o efeito da atorvastatina versus placebo em mulheres hipertensas e com outros fatores de risco coronariano. O estudo foi inicialmente desenhado para 5 anos, mas foi interrompido em 3,3 anos devido aos graves efeitos colaterais. No período estudado, a diminuição da taxa de infarto foi de 1,2%; não houve diferença significativa em relação à mortalidade.


6. Beth Israel Medical Center, EUA, 2003. Examinou a placa coronariana em 182 pacientes que tomavam estatinas, um grupo em altas doses e outro em doses usuais. Apesar da redução do LDL, ao contrário do que se esperava, houve um aumento da ordem de 9,2% na placa em ambos os grupos.


7. REVERSAL, 2004. Estudo na Cleveland Clinic, EUA, mostrou que os pacientes que receberam atorvastatina tinham diminuição no tamanho da placa da ordem de 0,4% a partir de 18 meses.


Um trabalho em especial chama a atenção, pois traz em si o conceito de como a indústria farmacêutica trata as estatísticas a seu favor. O PROVE-IT (PRvaastatin Or AtorVastatin Evaluation in Infection Study) 2004 introduziu o conceito de que quanto mais baixo o colesterol, melhor, e foi a partir dele que os médicos passaram a adotar a conduta de aumentar a dose de estatinas para quem já as usava e se sentiram à vontade para fazer a prevenção nas pessoas sem qualquer história prévia de doença coronariana. 


Na verdade, qual foi o resultado deste estudo para gerar tamanho alvoroço? O estudo comparou duas drogas – Lipitor (Pfizer) e Pravacol (Bristol Meyers-Squibb); este último financiou a pesquisa. Metade dos 4.162 pacientes com infarto prévio ou angina instável tomou Lipitor e metade tomou Pravacol. Os que tomaram Lipitor tiveram redução maior do LDL (32%) e 16% em todas as causas de mortalidade; esses 16% foram uma redução do risco relativo/projetado e não do risco real. Na verdade, a redução absoluta da taxa de mortalidade em ambos os grupos foi de 1% - uma queda de 3,2% para 2,2% em dois anos. Ou seja, a redução do risco absoluto de morte foi exatamente este: 0,5% ao ano. Ao mesmo tempo, não se falou que 33% dos pacientes tiveram que descontinuar o tratamento devido aos efeitos colaterais.


No melhor estudo pró-estatina até hoje publicado, o WOSCOP Clinical Trial, a redução do LDL significou uma redução da taxa de mortalidade de 0,6% em 5 anos, ou seja, 165 pessoas saudáveis deveriam ser tratadas por 5 anos para se estender a vida de apenas 1 pessoa por outros 5 anos.


E, por causa destes estudos “favoráveis”, as estatinas são a classe de medicamentos mais vendida no mundo, com faturamento anual superior a 20 bilhões de dólares. E é por causa destes resultados financeiros que se maquia a estatística. Imagine duas drogas, uma que reduz o risco de câncer em 50% e outra que elimina o câncer de uma em cem pessoas. Qual você escolheria? A maioria das pessoas escolheria a primeira, mas a questão é que ambas se referem à mesma droga. São apenas duas diferentes maneiras de olhar a mesma estatística. Uma é chamada de risco relativo, enquanto a outra, risco absoluto.


Isto funciona da seguinte maneira: vamos imaginar que num estudo envolvendo 100 mulheres, esperaríamos que, estatisticamente, duas teriam câncer de mama durante o estudo, mas quando 100 mulheres tomam uma medicação anticâncer, somente uma desenvolve câncer, o que significa a redução do câncer de mama de uma mulher em cem. Assim, a indústria farmacêutica propaga o estonteante resultado de redução do câncer em 50%, pois 1 é 50% de 2. E esse resultado é propagandeado pela imprensa, pelos jornais médicos, pelos departamentos de marketing das empresas farmacêuticas e, por fim, pelos médicos. E ao mesmo tempo, os efeitos colaterais são minimizados, pois, enquanto esta medicação pode ajudar uma pessoa em cem, seus efeitos colaterais criam riscos para todas as cem pessoas que a tomam.


Para entender a relação desses dados sobre o colesterol, peço-lhe uma reflexão sobre como as estatísticas de câncer são manipuladas. A indústria do câncer se ocupa há anos de nos fazer crer que a cura do câncer avança de maneira constante, mas isso é puro marketing. A área em que estamos mais avançados é a do diagnóstico e, ainda assim, em menor porcentagem, nos tipos considerados menos importantes. Os avanços foram praticamente nulos na cura dos tipos mais graves. A esses resultados se contrapõem os dados estatísticos de muitos fármacos em ensaios clínicos e explico por quê.


Alguns estudiosos dizem que uma das maneiras mais usadas é a manipulação estatística. Escolhem-se pessoas dos grupos a serem utilizados no estudo: as de melhor prognóstico e saúde recebem o fármaco e as de menor possibilidade terapêutica recebem o placebo. Assim, o resultado publicado nas revistas médicas não se reproduz na prática. O epidemiologista alemão Dieter Hoetzel, do Centro Clínico da Universidade de Munique (Alemanha), concluiu, em 2005, que nos últimos 25 anos não houve progresso na sobrevivência aos cânceres metastáticos de intestino, mama, pulmão e próstata, responsáveis por 80% das mortes. A dura realidade é os pacientes de câncer morrerem hoje tão rapidamente quanto há 25 anos.


Dito isso, podemos compreender por que, mesmo com todos os esforços da indústria farmacêutica para ligar o colesterol às doenças cardíacas durante os últimos 50 anos, as evidências mostrarem que esta relação não é verdadeira. Um novo estudo da Pfizer foi interrompido em dezembro de 2006, depois de acompanhar 15.000 pacientes tomando um novo medicamento, o torcetrapib: esta droga, ao invés de reduzir, aumentou a taxa de mortes. Este remédio aumentava a taxa do "bom" colesterol (HDL) e, apesar disso, as placas de ateroma continuavam se depositando na parede das artérias, a taxa de infartos se mantinha a mesma e o índice de mortes aumentava.


Não há qualquer surpresa nisso. É exatamente o que os estudos têm mostrado nos últimos anos: baixar o colesterol não salva vidas. Ao contrário, vários estudos com grandes grupos populacionais mostram que baixar o colesterol aos níveis recomendados está relacionado a um aumento no risco de morrer, principalmente por câncer.


Dr. Ron Rosendale, um crítico da demonização do colesterol (para ele o Darth Vader da medicina), há mais de 10 anos diz categoricamente: “O colesterol não é o principal responsável pelas doenças do coração ou por qualquer doença. De fato, o colesterol é transportado aos tecidos como parte da resposta inflamatória para reparar os tecidos lesionados. A causa real está na reação bioquímica de glicação (ou glicosilação) que os açúcares como a glicose e a frutose infligem aos tecidos, incluindo o revestimento interno das artérias, provocando inflamação crônica e o depósito da placa de ateroma (aterosclerose)”.


Não Existe Bom e Mau Colesterol


A primeira teoria foi a de que as gorduras no sangue eram as culpadas e a responsabilidade caiu sobre os triglicerídeos, mas o que são os triglicerídeos? Apenas a terminologia médica para gordura. Alguém com níveis altos de triglicerídeos tem um monte de gordura circulando no sangue. Quando medidos pela manhã, em jejum, se estiverem altos, mostram que se está fabricando muito e consumindo (queimando) pouco; mostram que você não está sendo hábil em gastá-los. E isto nos leva a um problema maior: a inabilidade em queimar gordura está por trás das doenças crônicas ligadas ao envelhecimento. E os principais hormônios responsáveis pelo que conhecemos como envelhecimento e pelo controle de nossa habilidade em queimar e estocar gordura são a insulina e a leptina.


O passo seguinte foi colocar a culpa no colesterol, mas eliminá-lo da dieta deu pouco resultado; ele em si não é o problema. A próxima teoria começou a estudar o seu metabolismo: é produzido no fígado para ser liberado na bile e fazer parte da digestão, ajudando a digerir gorduras, e deve ser novamente absorvido pela corrente sanguínea para voltar ao fígado. Descobriu-se que certas proteínas transportadoras são as responsáveis por carregar o colesterol pelo sangue. As lipoproteínas de baixa densidade (ou LDL, do inglês low-density lipoprotein) são as responsáveis pelo transporte do colesterol para as células, enquanto as lipoproteínas de alta densidade (HDL,do inglês high-density lipoprotein) são responsáveis pelo seu transporte de volta para o fígado. Assim, se você tem um baixo índice de LDL e alto índice de HDL essa é uma boa notícia. O TheJournal of the American Medical Association(JAMA) publicou um trabalho em 2007 mostrando que níveis de HDL abaixo de 35mg/dL estavam associados com uma incidência oito vezes maior de doenças cardíacas comparadas àqueles com mais de 65 mg/dL. Além disso, cada 1mg/dL de aumento no HDL resultou em risco 6% menor de morte por um infarto.


Note que LDL e HDL são lipoproteínas – gorduras combinadas com proteínas. Não existe bom ou mau colesterol; colesterol é apenas colesterol. Ele se combina com outras gorduras e proteínas para ser carregado através da corrente sanguínea, uma vez que gordura e o sangue aquoso não se misturam muito bem. Lembre-se da experiência escolar de tentar misturar óleo e água.


LDL e HDL são moléculas proteicas e estão longe de ser apenas colesterol. De fato, existem vários tipos destas partículas de proteína e gordura. Partículas de LDL se apresentam de muitos tamanhos e as partículas maiores não são o problema. Somente as chamadas partículas pequenas e densas são problemas potenciais, pois podem se aglomerar nas pequenas lesões da parede das artérias, sofrerem oxidação e então provocar inflamação. Também algumas partículas de HDL são melhores que outras. Saber, portanto, qual o nível do colesterol total nos diz muito pouco. Na realidade, colesterol elevado é o sintoma que indica que outros problemas existem.


Não confunda, assim, causa com efeito. Pode até haver uma pequena correlação entre colesterol e doenças cardíacas, entretanto, isto não significa que o colesterol é a causa. Certamente, cabelos brancos estão relacionados ao envelhecimento; entretanto, quem afirmaria que são eles que nos fazem envelhecer? Usar uma tintura para escurecer os cabelos não torna ninguém realmente mais jovem; tentar reduzir o colesterol funciona da mesma maneira.


Está ficando cada vez mais claro que o colesterol oxidado (danificado), qualquer que seja o tipo de lipoproteína em que se encontre (LDL ou HDL), é mais propenso a entupir as artérias. Normalmente, o colesterol é protegido da oxidação por nutrientes antioxidantes. Achados mais recentes indicam que o “problema” gordura pode na verdade ser a lipoproteína A ouLp(a), uma combinação especial de gordura e proteína que é usada para reparar vasos sanguíneos danificados ou com vazamento, mas acabam por se constituir em risco de doença cardíaca por construir depósitos na parede das artérias.


Colesterol é o Herói, não o Vilão


É preciso entender definitivamente: o colesterol é um componente vital da membrana de cada célula. Isto também quer dizer que ele sozinho não pode ser mau. Senão, como explicar que o leite materno é rico em colesterol? Na verdade, não podemos viver sem ele.


O colesterol é responsável pela integridade estrutural da membrana celular, é precursor dos hormônios esteroides (estrogênio, testosterona e cortisona) e da vitamina D, participa da produção dos sais biliares, é antioxidante e protege a mucosa intestinal. Além disso, torna os receptores serotonínicos mais sensíveis à serotonina; por isso, quem toma estatinas tem maior propensão à depressão – e acaba incluindo mais um medicamento no orçamento da farmácia: o antidepressivo.


Por ser tão importante, desenvolvemos um poderoso mecanismo para a produção de colesterol. Tanto isso é verdade que somente 30% dele provêm da nossa dieta; os outros 70% são produzidos por vários tecidos do corpo, principalmente pelo fígado, apesar de parte do colesterol liberado pela bile voltar à corrente sanguínea depois de absorvido no intestino.


E além de produzir o colesterol, nosso organismo desenvolveu mecanismos para conservá-lo e impedir a sua eliminação desnecessária. Lembre-se de que o HDL é responsável por levar o colesterol de volta ao fígado, para que seja reciclado, liberado novamente e levado aos tecidos e células que necessitam dele.


É o colesterol que impede que a membrana celular se rompa; podemos considerá-lo uma “cola celular”, um ingrediente necessário para a reparação celular. Por isso, em vez de combater o colesterol, temos que aprender a protegê-lo, porque o dano na parede das artérias que provoca a inflamação, oxida o colesterol e provoca deposição de lipoproteínas na parede das artérias.


A Inflamação


Pense no que aconteceu na última vez em que cortou o dedo. Algumas células se romperam e, numa fração de segundos, substâncias químicas que estavam dentro dessas células extravasaram e entraram em contato com os receptores que informam sobre estímulos nocivos, os nociceptores. Essa é a principal razão pela qual se sente dor. Ao mesmo tempo, outras substâncias químicas iniciam o que chamamos de reação inflamatória.


A inflamação é o que permitiu que seu pequeno corte fosse curado e o impediu de sangrar até morrer. Os vasos sanguíneos cortados se contraem, impedindo que se perca muito sangue, o sangue se torna mais espesso para fluir mais lentamente e “tampar” – coagular – as lesões. Células do sistema imunológico são alertadas e seguem para a área lesionada para impedir que intrusos, como vírus e bactérias, invadam seu corpo. Outras células são estimuladas a se multiplicarem para reparar e repor as células lesionadas. Ao final de alguns dias, seu dedo estará pronto para voltar a trabalhar, e se o corte for suficientemente extenso, é provável que você exiba uma cicatriz; é a maneira de seu corpo lhe dizer para tomar mais cuidado da próxima vez.


Esses mesmos eventos acontecem na parede das artérias. Quando algum dano ocorre, substâncias químicas são liberadas para iniciar o processo inflamatório. Vasos se constringem, o fluxo torna-se mais lento, o sangue se torna mais propenso a coagular, leucócitos chegam para combater potenciais invasores, outras células de defesa chegam para “limpar” e “comer” as células mortas e outras são estimuladas a se reproduzirem. E no final, dentro das artérias, formam-se cicatrizes: as placas. O depósito de gordura ocorre nessas placas.


E como entra o colesterol neste processo? O colesterol está sendo distribuído pelo sangue aos tecidos inflamados para auxiliar na reparação ao dano tecidual e mantê-lo vivo. Se o dano for extenso, é necessário distribuir colesterol extra pela corrente sanguínea. Se medida, a taxa de colesterol no sangue se mostrará elevada. Por isso, simplesmente reduzir o colesterol e esquecer o porquê de ele estar aumentado não parece a melhor conduta. O colesterol aumenta quando há uma inflamação, se esta é crônica ele está cronicamente aumentado. Isto merece atenção especial.


Várias são as causas coisas da inflamação crônica; a mais importante delas é o metabolismo dos açúcares e sua influência sobre a insulina e a leptina.


Centenas de excelentes artigos científicos mostram a ligação entre a resistência insulínica (e mais recentemente a resistência leptínica) e as doenças cardíacas. A insulina e a leptina são, pelo menos parcialmente, responsáveis pelas anormalidades no metabolismo do colesterol.


A ligação entre o metabolismo do colesterol e o metabolismo dos açúcares se manifesta nas condições metabólicas chamadas resistência insulínica eresistência leptínica. A resistência à insulina e à leptina resultam no aumento do número de pequenas partículas densas de colesterol LDL que se concentram nas junções do endotélio, a parede interna das artérias, oxidam e endurecem, provocando uma reação inflamatória local e a formação de placas de gordura.


Por esse conceito, o colesterol não é a causa da doença cardíaca, mas sim o metabolismo inadequado do colesterol. Remover o colesterol não removerá a causa da doença, que está na comunicação metabólica inadequada provocada pela insulina e pela leptina.


Autor: Dr. Carlos Braghini 
http://www.ecologiacelular.com.br/


O texto acima foi cedido gentilmente pelo autor Dr. Carlos Braghini e faz parte do livro Ecologia Celular – O Papel da Alimentação e do Meio Ambiente no Envelhecimento e na Longevidade. O livro foi lançado em 2008 e tem conteúdo de valor inestimável para quem deseja melhorar sua saúde através de mudanças na sua relação com o alimento e com o ambiente.

Exercício físico regular – por que é mais que importante: É FUNDAMENTAL






Você já ouviu falar de zebra que sofreu “derrame”? Ou leão que infartou? Pois é: começaram a acontecer vários casos em animais trazidos do seu habitat natural para os zoológicos. Entre outras coisas, isto significa dizer que se até os animais, mais fortes e rápidos que o ser humano, podem apresentar complicações cardiovasculares quando diminuem sua atividade física diária, imagine o quanto não é mais fácil para o ser humano sedentário…

Pensemos em uma porta, novinha: se não for “aberta e fechada” e lubrificadas suas dobradiças regularmente, com certeza apresentará em pouco tempo dificuldade em ser aberta, emperrará, emitirá sons, mostrando que sua movimentação está cada vez pior. Extrapolando este exemplo para o organismo humano:

-       A porta, é o nosso corpo e mente;
-       O óleo de lubrificação é a água;
-       As dobradiças são nossas articulações, músculo e circulação sangüínea: sem água e exercícios físicos, as articulações e músculos começam a “travar” e doer e o sangue a circular mal, não chegando direito às várias partes do corpo e a ficar “grosso”, coagulando-se exageradamente e “entupindo” veias e artérias com mais facilidade.

Ainda outra analogia interessante: Sabem o que acontece com sangue “parado”? Coagula. Quando coagula, entope; e no nosso corpo, quando o sangue fica por aí “entupindo” artérias e veias, temos a gênese das varizes, edemas (inchaços), embolias, tromboses, infartos, derrames e o agravamento de quadros de pressão alta. Como movimentar o sangue? Exercício físico, regular.

Seguindo este raciocínio…

De fato, as doenças cardiovasculares (sobretudo pressão alta, infartos e derrames), só no Brasil, matam em torno de 1.000 pessoas por dia, sendo o número de “seqüelas” e complicações quase 5 vezes maior. Em todo o mundo, infartos, derrames e pressão alta matam juntos muito mais que acidentes, AIDS, câncer, gripe H1N1 ou qualquer outra doença que possamos pensar.

Então, que exercício físico fazer? Qualquer um preferencialmente aeróbico (ou seja, com aumento da respiração) por no mínimo 40 minutos seguidos, pelo menos 3 vezes por semana, lembrando a importância da avaliação médica antes de iniciá-los. Valem caminhada, hidroginástica, dança, corrida, natação, tênis, etc; os fatores mais importantes são: manter a regularidade, procurar não interrompê-lo e respeitar os limites de cada organismo. E sem dúvida, a pessoa mais indicada para orientá-lo nesta questão é o profissional de Educação Física.

Entre os reconhecidos benefícios do exercício físico regular estão:

- Melhor funcionamento e resistência cardiovascular: um coração mais “forte” é mais resistente e efetivo,  precisando trabalhar menos intensamente para cumprir sua função habitual;
- Maior força, tamanho e flexibilidade dos músculos, ao mesmo tempo em que se queima gordura;
- O exercício físico aeróbico melhora a circulação sangüínea, assim prevenindo ou melhorando, por exemplo, patologias como tromboses, varizes e entupimentos dos vasos sangüíneos.
- Aumento do colesterol “bom”, o HDL, que ajuda a reduzir o colesterol total, desobstruir vasos e prevenir novos “entupimentos”;
- Redução e controle da pressão arterial
- Melhor função respiratória, o que melhora a disposição para as atividades diárias;
- Redução do stress, o que melhora a produtividade diária.

Concluindo, manter o corpo em movimento, regularmente, não é uma opção, é obrigatório: a natureza conta com o apoio dos nossos músculos para ajudar o coração e os vasos sangüíneos no árduo trabalho de circular o sangue adequadamente por todo o corpo. Sem este auxílio, que ninguém se surpreenda se precocemente em sua vida desenvolver graves doenças cardio-circulatórias. Exercício físico regular: este simples cuidado ajuda a evitar doenças e, quando não, melhora muito a recuperação e efeitos de tratamentos.

* Esclarecimento importante: As dicas deste texto NÃO substituem a consulta ao seu médico (ou profissional de saúde em questão) e embora em sua maioria estejam BEM embasadas em inúmeros trabalhos científicos, em boa parte, são frutos de observação minha, em consultório, ao longo de mais de 10 anos de Medicina.

Um abraço e SAÚDE,

CREATINA: PRECISO OU NÃO CONSUMIR?





Atualmente, a busca pelo “corpo perfeito” é constante. Nas academias sempre há trocas de informações sobre o que seria melhor ingerir. E quem é malhador de carteirinha com toda certeza já ouviu falar sobre a Creatina e seus efeitos no aumento de performance, força e ganho muscular.   
Em 2005 a Creatina foi proibida no Brasil, sendo revogada a decisão em 2010 pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanaitária, porém com algumas restrições: apenas para atletas que praticam exercícios de alta intensidade.
Na prática, não é assim que acontece.  A creatina hoje tem se tornado um dos suplementos alimentares mais populares e consumidos, devido seus benefícios na atividade física. Suplemento alimentar segundo a legislação vigente, é toda e qualquer substância, em geral produzida quimicamente, que tem a propriedade de completar a ação dos alimentos naturais  quando o consumo for insuficiente. Ou seja, é necessário verificar a real necessidade para sua ingestão.
A Creatina vendida como suplemento, é a Creatina monoidratada, um pó branco de fácil solubilidade. Seu principal objetivo é aumentar a quantidade total de Creatina no músculo, principalmente na forma fosforilada ou em fosfocreatina (no músculo há uma reação química que ocorre por uma enzima chamada creatina quinase), que é forma energética utilizada por algumas fibras musculares, para a manutenção de força em exercícios de alta intensidade e consequentemente, aumento de massa muscular. Alguns estudos mostram que a Creatina também possui atividade antioxidante e de melhora da sensibilidade da insulina para glicose. Mais uma vez: só o profissional poderá avaliar seu caso! Ele irá verificar parâmetros como: altas ou baixas dosagens para efeitos positivos, melhor momento (antes, durante ou após o treino), quanto de tempo consumo será necessário, qual atividade física você pratica, sua intensidade de treino e principalmente contra-indicações.
A creatina é uma substância produzida pelo corpo a partir de 3 aminoácidos: glicina, arginina e metionina. O fígado é o principal órgão capaz de sintetizá-la, seguido por rins e pâncreas.  Há também outros órgãos nos quais a Creatina fica depositada, como por exemplo, coração, retina e cérebro. Além disso, podemos consumir aproximadamente 1 grama de creatina diariamente, quando consumimos carnes (todos os tipos), seguido do bacalhau, linguado, salmão, atum. É encontrada também em outros alimentos, porém em quantidades muito pequenas. Mas somente a alimentação é suficiente para que esses resultados sejam atingidos?
Essa pergunta precisa ser respondida por uma Nutricionista ou Médico habilitado no assunto, para avaliar a real necessidade do paciente. Pois ao contrário, o produto poderá ser eliminado, caso seu organismo não precise dela (o organismo possui um ponto de saturação, ou seja, há uma quantidade “x”  para ser absorvido). Há também a possibilidade de sobrecarga em algum órgão podendo trazer sérios prejuízos, além de inchaços (principalmente em mulheres) ou ainda sintomas como náuseas ou diarréias.  Com o consumo inadequado, vem a má notícia: ao invés de ter aquele corpo desejado, de quebra você poderá adquirir aquela gordurinha excedente para contabilizar na balança. Esse é o motivo principal que o trio: atividade física x suplementação x alimentação equilibrada com todos os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e micronutrientes (vitaminas, minerais), precisam sempre estar em dia. De nada adianta consumir mega doses de creatina, se sua alimentação não estiver adequada. Ou o que era sonho, pode virar pesadelo. Acredito que não vale apena arriscar, ok?
Outra dica: cuidado com a embalagem. Claro que todo e qualquer rótulo é necessário chamar (e muito!) a atenção do consumidor, com fotos de corpos esculturais e atléticos. Havendo indicação do profissional, sempre procure por marcas ou farmácias confiáveis, para garantir resultados satisfatórios e efetivos.
Muita saúde!


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Souza Junior, Tácito Pessoa de and Pereira, Benedito Creatina: auxílio ergogênico com potencial antioxidante?. Rev. Nutr., Jun 2008, vol.21, no.3, p.349-353.
PERALTA, José and AMANCIO, Olga Maria Silverio A creatina como suplemento ergogênico para atletasRev. Nutr., Jan 2002, vol.15, no.1, p.83-93.
Souza, Renato Aparecido et al. Influência da suplementação aguda e crônica de creatina sobre as concentrações sanguíneas de glicose e lactato de ratos Wistar. Rev Bras Med Esporte, Dez 2006, vol.12, no.6, p.361-365
BIESEK et al. Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Barueri, SP. Manole, 2005, P288-292

Vegetarianismo






O vegetarianismo não é um regime exclusivamente vegetal, ao contrario do que muitos pensam, e sim, um tipo de regime alimentar em que os adeptos não comem nada que tire a vida de algum animal, portanto, não inclui carne e seus derivados (boi, frango, peixes, etc.) em sua alimentação e, em alguns segmentos pode incluir leite, laticínios e ovos.

Entre os motivos que levam uma pessoa a adotar uma dieta vegetariana estão: saúde, meio ambiente, compaixão pelos animais e religião.

Entre os diversos segmentos de vegetarianismo estão:

Vegano:  O veganismo é mais um estilo de vida do que apenas uma opção alimentar. Os veganos excluem de sua alimentação todos os produtos de origem animal (carnes, peixes, aves, laticínios, ovos, mel, gelatina etc.) Estes também evitam o uso de couro, lã, seda e de outros produtos menos óbvios de origem animal, como óleos e secreções presentes em sabonetes, xampus, cosméticos, detergentes, perfumes, filmes etc. 

Ovo-lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui ovos e leite (e derivados, como queijo, iogurte etc.) em sua alimentação. Esta é a forma mais "popular" de vegetarianismo. 

Lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui leite e derivados do leite (laticínios).

Crudívoro: o crudivorismo admite apenas a ingestão de alimentos crus ou aquecidos no máximo a 42ºC. Alguns podem aceitar leite cru e carne crua também. A utilização de alimentos em processo de germinação (cereais integrais, leguminosas e olegainosas) é comum nessa dieta.

Frugívoro (ou frutívoro ou frutariano): sistema alimentar que admite apenas o consumo de fruas na alimentação. O conceito de "frutos", nesse caso, segue a definição botânica, que inclui os cereais, alguns legumes (abobrinha, beringela...), oleaginosas e as frutas.

Freegano - o freegano come aquilo que encontra no lixo. Apesar de os freeganos serem mais radicais que os veganos ao se recusarem a comprar qualquer tipo de alimento, eles também são mais flexíveis, já que não têm objeções éticas a comer produtos animais que foram jogados fora. Eles querem evitar dar dinheiro àqueles que exploram os animais. Uma vez que um produto foi descartado, não faz diferença para o produtor se o alimento é consumido ou incinerado.

Macrobiótico: O macrobiótico tem um tipo de alimentação específica, podendo ou não ser vegetariana, que baseia-se em cereais integrais, com um sistema filosófico de vida bastante peculiar e caracterizado. A dieta macrobiótica apresenta indicações específicas quanto à proporção dos grupos alimentares a serem utilizados. Essas proporções seguem diversos níveis, podendo ou não incluir as carnes (geralmente brancas). A macrobiótica não recomenda o uso de leite, laticínios ou ovos.

Semi-vegetariano: indivíduo que faz uso de carnes, geralmente brancas, em menos de 3 refeições por semana. 

De maneira geral todas focam um estilo de vida mais saudável e um futuro livre de doenças.
Mas você deve estar se perguntando, o que essas pessoas comem a final?

Nestas dietas estão inclusos todos os alimentos de origem vegetal: frutas, cereais, leguminosas, tubérculos, frutos oleaginosos e vegetais.

A American Dietetic Association (ADA) se posiciona dizendo que dietas vegetarianas DEVIDAMENTE PLANEJADAS são saudáveis, adequadas em termos nutricionais e apresentam benefícios á saúde.

Estes benefícios vêm sendo comprovados por diversos estudos e, entre eles estão melhora do desempenho nos esportes até a prevenção e tratamento de diversas doenças.

Uma dieta vegetariana é geralmente pobre em gorduras e isenta de colesterol, consequentemente com um conteúdo calórico menor, além de conter quantidades consideráveis de fibras. E geralmente maior concentração de folato (o que diminui as concentrações de homocisteína). Fatores que favorecem a redução de peso e diminuição dos riscos de doenças cardíacas.

Estudos mostram que a mortalidade por doença arterial coronariana é mais baixa em vegetarianos do que em não vegetarianos. O nível sérico de colesterol também parece ser mais baixo entre estes. Porém, os valores de triglicerídeos variam dependendo do tipo de dieta seguido.

Vitaminas e minerais são fundamentais para uma boa saúde e podem ser encontrados em excelentes quantidades nos alimentos de origem vegetal. O que é favorável em relação à prevenção de diversos canceres. Este tipo de dieta ainda reduz ou ameniza os efeitos de doenças como osteoporose, obesidade e hipertensão e reduz sintomas de alergias e artrites.

Entre estes, o risco de câncer colo-retal é diminuído, isso porque o há um maior consumo de fibras, leguminosas verduras e frutas.

Estas dietas podem ser seguidas por pessoas de todas as idades e em todos os estágios de vida, inclusive na gravidez e na lactação. Elas também atendem as necessidades de atletas competitivos.

Porém, alguns cuidados são necessários. 

Para ser tornar um vegetariano, é necessário conhecer outros alimentos, novas receitas e saber quais são as fontes dos nutrientes mais importantes.

Como se trata de uma transição alimentar, é ideal que se procure um profissional capacitado. Afinal, algumas carências nutricionais poderão existir caso a dieta não seja equilibrada.

Entre os nutrientes que merecem maior atenção estão: vitamina B12, ferro, cálcio, zinco e vitamina D.

Entre as crianças veganas há necessidade de uma fonte confiável de B12 e exposição adequada ao sol ou suplementos de vitamina D.

Exames devem ser feitos periodicamente para verificar se há necessidade de suplementação de algum nutriente, principalmente vitamina B12.

A carne vermelha tem mais ferro que os vegetais em geral, porém, os vegetais conseguem suprir as necessidades do organismo. Mas, para isso alguns alimentos devem fazer parte da dieta: soja, tofu (queijo de soja), feijão, vegetais de folha verde-escura (brócolis, couve), amêndoas, semente de girassol, damasco seco e figo seco. É importante também sempre ingerir uma fonte de vitamina C junto com estes alimentos para potencializar sua absorção.

O cálcio de muitos alimentos vegetais é bem absorvido e as dietas veganas podem fornecer cálcio em quantidade adequada caso incluam regularmente alimentos ricos em cálcio (couve, brócolis, feijão branco, gergelim torrado, frutas secas, castanhas, tofu e melado de cana). Além disso, as plantas tem boa quantidade de magnésio, necessário na absorção do cálcio pelo organismo.
Falta de zinco no organismo pode afetar o crescimento e o estado imunológico do indivíduo. Para melhorar a absorção do zinco, os grãos devem ser deixados de molho na água da noite para o dia. Isso reduz o teor de ácido fítico, elemento que reduz a absorção do mineral. E o consumo de alguns alimentos devem ser enfatizados, gergelim, gérmen de trigo ou soja, feijão de soja seco torrado, todos os feijões (especialmente o azuki), sementes de abóbora, castanha de caju, sementes de girassol, tahine (“manteiga” de gergelim) e gérmen de trigo.
As recomendações de proteínas são facilmente alcançadas nestas dietas, desde que haja uma alimentação equilibrada. Boas fontes de proteína são as leguminosas (feijão, soja, grão-de-bico, ervilha, lentilha), as castanhas e o brócolis

Boas fontes de gorduras insaturadas também são importantes nestas dietas (nozes, castanhas, sementes, pastas de nozes e castanhas, abacate e óleos vegetais).

A história mostrou que os vegetarianos estavam corretos há mais de 100 anos atrás quando alegavam que a dieta que contivesse mais alimentos vegetais era a mais saudável. Como já demostrei no texto sobre dieta paleolítica. Portanto, sigas as recomendações e inclua mais vegetais, frutas, verduras, leguminosas, sementes e oleaginosas em sua alimentação e viva mais e melhor.

Pizza Vegana de rúcula
500g tofu
100g azeite
50ml limão
100g polvilho azedo
Sal
Leite de soja
Rúcula
Castanhas do pará
Azeite

Modo de preparo:
Como preparar o tofupiry: Amasse o tofu com um garfo e bata no liquidificador com o azeite, o máximo que conseguir. acrescente sal, o polvilho azedo e o limão e bata mais um pouco. leve ao fogo, acrescentando leite de soja aos poucos, até dar ponto de requeijão.
Como preparar o pesto: Bata a Rúcula, a castanha e o azeite no liquidificador. Arrume um disco de pizza, espalhe molho de tomate sobre ele, espalhe o tofupiry, coloque as rodelas de tomate com uma fatia de tofu e o pesto, coloque azeite a gosto e leve ao forno.